Foto: Roberto Stuckert Filho

Ex-ministro da Saúde do governo Lula, o senador Humberto Costa (PT-PE) liderou um movimento para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue a alteração realizada no protocolo para tratamento da Covid-19. Em 20 de maio passado, o documento passou a recomendar, por determinação do presidente Jair Bolsonaro e sem qualquer base científica, o uso de hidroxicloroquina nas fases iniciais da doença. O TCU, agora, quer a fundamentação legal que motivou a mudança.

Assinada pelos demais membros da bancada do PT no Senado, a representação à Corte de Contas alega que a medida somente poderia ter sido tomada após instrução e assessoramento do Ministério da Saúde pela Comissão Nacional de Incorporação e Tecnologias (Conitec), o que não foi obedecido pelo governo.

Em sua primeira decisão sobre o caso, o ministro Benjamin Zymler acatou os argumentos da bancada petista e acrescentou que a medida foi tomada sem o devido processo administrativo e sem manifestação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19. Em razão das irregularidades, Zymler determinou ao governo que apresente toda a documentação faltante no caso.

O governo não vai apresentar a documentação porque não a tem. Essa mudança criminosa foi feita para atender aos caprichos do presidente da República.”

Senador Humberto

Em diversos países do mundo, como França e Suécia, o uso da cloroquina foi suspenso no tratamento do coronavírus por provocar muitas mortes. “O que Bolsonaro quer aqui é mentir sobre o produto potencialmente letal, oferecer uma cura que não existe e tentar esconder os mais de 30 mil mortos que já temos. É um crime em larga escala contra a vida humana”, definiu Humberto.