Foto: Roberto Stuckert Filho

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu arquivar, na tarde desta terça-feira (23), um inquérito aberto pela operação Lava Jato contra o senador Humberto Costa (PT-PE), baseado exclusivamente no depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, réu confesso e condenado à prisão por corrupção. Para os ministros, as investigações, que não reuniram quaisquer elementos contra o senador, se arrastavam há anos sem apresentar nenhum resultado.

Incluído em 2014 na chamada “Lista de Janot”, o caso de Humberto passou seis anos sem que os agentes da Lava Jato nada encontrassem contra ele. Quatro anos e meio atrás, a Polícia Federal pediu o arquivamento do inquérito por não ter identificado nada que justificasse a continuidade do processo. Mas o Ministério Público Federal negou o pedido e solicitou que o caso seguisse aberto.

Na sessão desta tarde, os ministros ressaltaram o que consideraram o absurdo de uma “perseguição interminável”, tendo em conta o imenso tempo em que o inquérito vinha se desenrolando sem que os procuradores tivessem quaisquer elementos que, ao menos, resultassem em uma denúncia. Ricardo Lewandowski chegou a chamar o processo de “kafkiano” porque parecia não ter fim.

Após o julgamento, o senador se manifestou afirmando que não podia dizer que recebia o resultado com alegria.

Por mais de seis anos, fui execrado em matérias de rádios, TVs, jornais, sites, blogs, como se fosse culpado quando fui vítima de uma operação que, hoje se sabe, praticou todo tipo de crime. Reviraram a minha vida, de meus familiares, de meus funcionários. Nada encontraram. Mesmo assim, a perseguição política da Lava Jato continuou.

Senador Humberto

Humberto lembrou que Rui Barbosa dizia que justiça tardia era injustiça institucionalizada. “Por isso, não me alegro da decisão. Sinto somente alívio por não ver mais essa injustiça prosperando”, comentou.