Graça Foster não deixou pedra sobre pedra, diz Humberto

 

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Sabatinada por quase sete horas numa audiência conjunta entre as Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado, a presidenta da Petrobras, Graça Foster, não deixou sem resposta qualquer questão colocada pelos senadores. Para ela, é absurda a afirmação de que a maior empresa do Brasil vive um “abismo da ética”, como acusou a oposição.
“A Petrobras não pode ser medida por um comportamento que não é digno com a sua força de trabalho. A Petrobras é uma empresa de 85 mil empregados. Não é um abismo da ética. Nós estamos trabalhando, apurando. Não podemos ser medidos por uma pessoa. Então, graças a Deus, graças aos empregados da Petrobras, nós não vivemos no abismo da ética”, afirmou Graça Foster, rebatendo a acusação do senador Alvaro Dias (PSDB-PR).
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), Graça Foster não deixou “pedra sobre pedra” nos esclarecimentos dados às intervenções de mais de 30 senadores. “A fala dela demonstra a transparência dos processos na Petrobras. Nada ficou sem resposta. Isso prova, mais uma vez, que a oposição não tem qualquer questão a colocar além do mais do mesmo que há nos jornais. Isso de pedir uma CPI é apenas a vontade de ter um palanque eleitoral onde subir”, afirmou o senador.
Sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, a presidenta da empresa reiterou a explicação de que, em 2006, quando ocorreu, a aquisição foi um bom negócio. “O tempo e a crise é que transformaram a compra em um projeto com baixa probabilidade de recuperação de investimento. Hoje, olhando aqueles dados, não foi um bom negócio”, esclareceu.
Foster ressaltou, contudo, que, somente em janeiro e fevereiro deste ano, Pasadena deu lucro líquido de US$ 58 milhões, com a produção de 100 mil barris de petróleo por dia. E que a Astra, ex-parceira da Petrobras no negócio, não pagou somente US$ 42 milhões pela refinaria, como alardeia a oposição. “No mínimo, a Astra pagou a Crown (antiga proprietária) um valor em torno de US$ 360 milhões. Mas esse montante pode ser maior porque ainda estamos na fase de fechamento de avaliação de todos esses balanços”, disse.
Ela ressaltou o empenho da Petrobras para apurar eventuais erros cometidos na operação, que é objeto de comissão interna da companhia e de cooperação da estatal com órgãos de controle externo, como o Tribunal de Contas da União (TCU).
Graça Foster explicou, ainda, que a Petrobras tem obtido sucessivos resultados positivos, como aumento de lucro líquido de 1% em 2013, em comparação a 2012, no mesmo período em que grandes companhias multinacionais, como a Shell e a Exxon, acumularam perdas.