Foto: Roberto Stuckert Filho

Membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Fake News, o senador Humberto Costa (PT-PE) pediu, nesta quarta-feira (5), que o colegiado marque a data, imediatamente, do depoimento do chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Fabio Wajngarten. Investigado pela Polícia Federal por corrupção e peculato, o secretário de Bolsonaro já havia sido convocado pela comissão em outubro do ano passado. 

Para Humberto, os recentes ataques perpetrados pela Secom à diretora do filme Democracia em Vertigem, Petra Costa, que concorre como melhor documentário no Oscar, mostram que a prática suja de divulgação de fake news verificada nas eleições de 2018 continua a todo vapor, de maneira criminosa, e deve ser punida com rigor. 

“Para além das fake news divulgadas contra uma brasileira que deveria ser motivo de orgulho por estar disputando o maior prêmio do cinema mundial”, afirmou.

O secretário de Bolsonaro não deveria utilizar a estrutura pública, a máquina pública e o dinheiro público para atacar quem quer que seja, por qualquer razão”.

Senador Humberto

De acordo com o parlamentar, tal comportamento não está entre as atribuições da secretaria ou do secretário e constitui crime. O senador ressaltou que o subordinado do presidente da República, que é alvo de denúncias extremamente graves, agora investigadas pela PF, também é acusado de ser um dos criadores da usina de fake news suja bolsonarista, inclusive sendo um dos mais atuantes membros das milícias digitais. 

“Já é hora desse elemento vir até aqui para esta comissão, como convocado que já foi, para esclarecer qual é a sua posição e qual o seu cargo na conhecida milícia digital de Bolsonaro. A atuação dele na máquina suja mostra que o argumento dos parlamentares da base do governo de que o objetivo da CPMI é única e exclusivamente derrubar o presidente vai para o espaço. Aquilo que aconteceu na eleição de 2018 continua ocorrendo de forma ativa e criminosa”, declarou. 

O parlamentar ainda ironizou o discurso de paladino da ética de Bolsonaro, que prometeu acabar com a corrupção em seu governo. “O presidente falava aos quatro cantos que não haveria corrupção na gestão dele. Agora, diante de uma suspeita grave de corrupção de um auxiliar direto, que repassou milhões em dinheiro público a instituições que têm contratos com a própria empresa, sem qualquer critério técnico, segue firme e forte no cargo”, detonou.