Depois de gastar R$ 2,4 milhões do dinheiro público com as próprias férias, o presidente Jair Bolsonaro também virou alvo de novos pedidos de investigação. Desta vez, por viagens oficiais. O senador Humberto Costa (PT-PE) foi ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que apurem a denúncia de que servidores da Presidência da República estão usando recursos oficiais para diversão como se estivessem em férias.

O chamado Escalão Avançado (Escav), formado por servidores que viajam antes de Bolsonaro para organizar eventos oficiais, foram flagrados nas próprias redes sociais usando diárias para pagar hotéis de luxo, bebidas e diversão em praias. Todos são ligados ao Gabinete Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, comandado pelo general Augusto Heleno.

Numa viagem em que Bolsonaro fez a Sergipe em 28 de janeiro, por exemplo, a equipe precursora chegou no dia 24 e se hospedou em um hotel de luxo da área nobre da capital, Aracaju. As fotos postadas em redes sociais pelos integrantes aproveitando piscinas e em outros eventos de diversão durante o dia mostram que a ida do Escav com tanta antecedência é desnecessária e provoca perda de dinheiro público, responsável por custear o lazer desses servidores da Presidência da República com gordas diárias.

Esse é mais um exemplo claro de desperdício. Um presidente que nada faz, cercado por gente que nada faz, usa a estrutura pública para montar viagens desnecessárias e sem finalidade. Sem nada o que organizar, esses servidores vão usar as diárias que recebem para conhecer o Brasil e se divertir às custas do erário. É um escândalo, especialmente num quadro de tragédia como esse em que vivemos.”

Senador Humberto

Nas representações que apresentou, o senador, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, pede que os procuradores investiguem “as reais condições havidas nos deslocamentos dessas equipes precursoras das viagens da Presidência da República, a duração efetiva do trabalho, a legalidade no pagamento das verbas indenizatórias para tais deslocamentos, e ainda, eventuais atos de improbidade”. Para o senador, ao comprovar a ilegalidade dos atos, é necessário que o erário seja reparado com a devolução de todo o dinheiro gasto irregularmente.