As manifestações nas ruas em cidades como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, neste domingo (7), foram positivas, pacíficas e mostraram que as pessoas estão dispostas, em plena pandemia, a defender a democracia, as instituições e o impeachment de Jair Bolsonaro. Esta é a avaliação do senador Humberto Costa (PT-PE), médico e ex-ministro da Saúde do governo Lula.

Em uma ponta, vemos a maioria da população defendendo a democracia e o impeachment de Bolsonaro e apoiando as instituições. Do outro lado, está a minoria bolsonarista, que quer a volta da ditadura, o fechamento do STF e do Congresso e a censura da imprensa”.

Senador Humberto

Humberto avalia que o ideal seria ir para as ruas apenas depois que o período de isolamento acabar, mas que os avanços inconstitucionais de Bolsonaro geram um clima incontrolável de revolta. “E o povo na rua também mostra que o asfalto não pertence à extrema-direita e a Bolsonaro. Isso, inclusive, intimidou os bolsonaristas, porque eles estavam se sentindo os donos da rua, numa postura até oportunista, porque sabiam que ninguém iria sair de casa na pandemia. Mas isso mudou”, disse.

Para o senador, Bolsonaro quer a radicalização e o enfrentando nas ruas para justificar sua escalada autoritária no Brasil. “O único projeto de Bolsonaro é se tornar ditador, a partir de um golpe de Estado. Mas, para azar dele, as instituições e o povo não estão permitindo que isso aconteça”, observou.

O parlamentar reiterou que o país está em frangalhos pelo descaso de Bolsonaro em relação ao coronavírus e por conta de suas absurdas medidas que atentam contra a Constituição e o bem estar do país. De acordo com Humberto, o presidente acha que ganhou um cheque em branco nas urnas para fazer o que bem entender e que, até hoje, não começou a governar.

“Bolsonaro precisa esquecer o PT e começar a governar. Estamos há três semanas sem um ministro da Saúde, por exemplo. Enquanto isso, a Covid-19 avança em todo o território matando milhares e milhares de cidadãos, ao tempo em que o governo se esforça é para ocultar os dados”, comentou.