Foto: Roberto Stuckert Filho

A segunda semana de depoimentos da CPI da Covid foi aberta pela presença de Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que desmascarou Jair Bolsonaro diante do Senado. A avaliação é do senador Humberto Costa (PT-PE), titular do colegiado, que participou, nesta terça-feira (11), da inquirição do chefe do órgão.

Diferentemente de Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, Barra Torres procurou se distanciar, em todas as suas declarações, dos posicionamentos do presidente da República. O presidente da Anvisa condenou as falas de Bolsonaro contra as vacinas, contra o uso de máscaras e contra o isolamento social. Barra Torres reconheceu, ainda, que errou quando, em março de 2020, participou, ao lado de Bolsonaro, de um ato pró-governo ao lado de Bolsonaro.

Para Humberto, o diretor-presidente da Anvisa foi muito claro ao atestar os permanentes ataques do presidente da República às medidas de contenção da pandemia.

Ele se mostrou contrário ao uso de medicamentos como cloroquina e ivermectina, rebateu duramente a promoção de aglomerações, que Bolsonaro vive estimulando, e fez uma defesa veemente da vacinação. Isso mostra que, até mesmo por ter um mandato, Barra Torres procurou se escudar na razão e na ciência e se afastou da postura criminosa do presidente que o indicou”.

Senador Humberto

O senador, logo no início dos trabalhos do colegiado, anunciou que quer a reconvocação de Queiroga para que ele explique as omissões e contradições do seu depoimento de 6 de maio passado. “O ministro da Saúde evitou contrariar o presidente da República e saiu pela tangente em vários assuntos. Vai ter de voltar à CPI para explicar por que escamoteou suas respostas”, afirmou Humberto.