Reforma da Previdência segue desumana, apesar de recuos e derrotas de Temer, diz Humberto

Humberto tem ido às ruas para organizar oposição da sociedade à reforma da Previdência  Foto: Roberto Stuckert Filho/Liderança da Oposição
Humberto tem ido às ruas para organizar oposição da sociedade à reforma da Previdência
Foto: Roberto Stuckert Filho/Liderança da Oposição

 
Apesar dos sucessivos recuos do presidente não eleito Michel Temer (PMDB) diante da pressão dos brasileiros e da falta de apoio no Congresso Nacional para bancar a reforma da Previdência, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), considera que as mudanças propostas não mudaram em nada o projeto, que segue prejudicial aos mais pobres e absolutamente desconexo da realidade. Segundo ele, o governo tem colecionado derrotas nas ruas e no Legislativo, o que demonstra sua impopularidade e fraqueza.
Em discurso nesta quarta-feira (19), o parlamentar afirmou que as mudanças propostas no texto, que será votado no dia 2 de maio após mais um fracasso do Palácio do Planalto na comissão especial da Câmara dos Deputados, em nada melhoram a vida da esmagadora maioria da população que depende da Previdência Social.
“Pelo contrário, as alterações irão aumentar seus prejuízos, obrigando a que todos trabalhem mais para, no fim, ganhar menos. Estamos falando de um projeto natimorto, que o governo ainda insiste, desesperadamente, em tentar salvar, fazendo mudanças epidérmicas que em nada alteram o seu caráter canhestro, perverso e desumano”, disse.
Para Humberto, sem apoio popular e no Congresso, Temer está oferecendo de café, almoço e jantar até cargos ou qualquer vantagem possível com a finalidade de comprar apoio parlamentar para vender direito alheio. “No caso, o dos brasileiros, os donos das conquistas que essa reforma da Previdência vai destruir”.
“O que Temer tem feito, de fato, é reduzir a sua margem de lucro nessa negociata espúria que está realizando com os direitos previdenciários. Em vez de faturar R$ 800 bilhões nos próximos 10 anos, como previa o projeto original, ele vai lucrar R$ 700 bilhões ao rifar o futuro alheio”, detonou.
O senador lembrou que até o Papa Francisco, ao recusar o convite do governo ilegítimo brasileiro para vir ao país, criticou severamente as reformas propostas. O mesmo fez a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a Ordem dos Advogados do Brasil e o Conselho Federal de Economia, que divulgaram uma nota conjunta, nesta quarta, em que reiteram a sua posição por uma Previdência Social justa e ética.
“Todos querem sabe onde está a proteção aos vulneráveis, aos idosos, aos titulares do Benefício de Prestação Continuada, aos enfermos, aos acidentados, aos trabalhadores de baixa renda, aos trabalhadores rurais e às mulheres, que chefiam a maioria das famílias deste país? Não há proteção. Essa reforma de Temer destrói tudo, é uma aberração do ponto de vista humanitário”, alertou Humberto.
Ele conclamou o povo a ir às ruas no próximo dia 28 com o objetivo de parar o Brasil, também com uma greve geral, para não deixar dúvidas ao Congresso que a população rejeita veementemente a perda de direitos e que vai cassar nas urnas o mandato dos que apoiarem as reformas.
“Não haverá um dia de trégua a Michel Temer enquanto ele não for derrotado nessa sua cruzada contra o povo e deixe o Palácio do Planalto pela mesma porta dos fundos por onde entrou”, finalizou.