Ritmo de investimento na Adutora do Agreste tem de aumentar, diz Humberto

 Humberto cobra mais investimentos federais na Adutora do Agreste. Foto:  Jefferson Rudy/Agência Senado
Humberto cobra mais investimentos federais na Adutora do Agreste. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Depois de participar de uma longa caminhada no domingo (22) com centenas de pessoas no Agreste de Pernambuco para chamar a atenção dos perversos efeitos da seca no semiárido nordestino, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, foi nesta terça-feira (24) à tribuna do plenário da Casa cobrar mais investimentos federais para concluir a obra da Adutora do Agreste.
Segundo ele, o empreendimento inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e fundamental para combater a seca na região tem recebido menos recursos do que o programado pelo Governo Federal. “As etapas I e II do projeto são orçadas em cerca de R$ 1,2 bilhão. Mas, segundo os dados mais recentes, executamos apenas algo em torno de R$ 450 milhões”, declarou.
Humberto explicou que o restante da quantia está previsto para ser pago em parcelas de R$ 10 milhões mensais, mas que os desembolsos feitos nos últimos meses não alcançaram esse valor. De acordo com o parlamentar, os mais recentes ficaram em aproximadamente R$ 6 milhões.
“Em um ritmo assim, uma obra dessa relevância prevista para estar concluída em 2018 só vai ficar pronta em 2021 ou 2022. É muito tempo para quem está precisando de uma solução para ontem”, afirmou.
Humberto avalia que o Governo Federal, mesmo enfrentando dificuldades orçamentárias, deve priorizar a conclusão da obra, pois a adutora vai beneficiar diretamente 32 municípios da região do Agreste do Estado, “muitos dos quais têm áreas que não veem uma gota de chuva há mais de cinco anos”.
“Eu me comprometi com as lideranças sociais e políticas da região a buscarmos uma solução aqui em Brasília, que envolva também o Governo de Pernambuco, para que, em conjunto, consigamos sair desse impasse”, declarou.
Ele já solicitou uma audiência com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, para discutir o assunto com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), os movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) e os prefeitos de Águas Belas, Canhotinho, Iati e Tupanatinga.
“A região tem o pior balanço hídrico do Estado, que é a relação da oferta natural de água e da demanda habitacional. A falta de chuvas combinada com a não conclusão de obras estruturantes leva a um quadro em que crise hídrica só se agrava, com municípios entrando sequencialmente em colapso”, alertou.
Para o líder do PT, com a adutora em funcionamento – mesmo sem contar com o ramal do Agreste para levar a água da transposição do São Francisco – já seria possível poder movimentar grandes volumes hídricos disponíveis na região para equilibrar as necessidades dos municípios.
No último domingo, o senador esteve ao lado de sindicalistas e trabalhadores rurais, organizados pela Fetape, lideranças políticas da região e outros representantes da sociedade civil, na chamada Marcha das Águas: uma caminhada de mais de 100km organizada para gritar contra os perversos efeitos da seca que se abatem sobre o semiárido nordestino.
A marcha teve início na cidade de Iati, de onde o pessoal saiu na quinta-feira, caminhando a pé até chegar no domingo de manhã ao município de Tupanatinga, onde Humberto se integrou na andança dos 6km finais, sob forte sol.