Senador Humberto está concluindo parecer sobre Cachoeira

O senador Humberto Costa (PT/PE), relator do Conselho de Ética do Senado, está concluindo a análise do parecer que pode pedir ou não a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO), por quebra de decoro parlamentar. “Ainda estou terminando de trabalhar para elaborar o parecer, que será apresentado nesta semana. A análise está sendo feita para saber se a atitude do senador está em sintonia com os princípios que regem a ética parlamentar”, disse o petista.
A avaliação está sendo feita com base na representação feita contra Demóstenes, e também nos documentos de defesa – com aproximadamente 67 páginas – apresentados pelo advogado do parlamentar, Antônio Carlos de Almeida Castro. “Além desses documentos, também estou analisando o perfil de Demóstenes, seus projetos e os discursos realizados por ele. Ao todo, tive cinco dias úteis para fazer o levantamento e devo apresentar tudo na quinta-feira (3/5). A apresentação terá uma média de 70 páginas”, declarou o relator.
Inicialmente, o que se analisa é a abertura do processo de cassação em cima das denúncias de que o senador Demóstenes Torres estaria participando de um forte esquema de corrupção e exploração de jogos ilícitos e tráfico de influência comandado pelo empresário goiano Carlos Augusto Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira, que foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012.
Neste caso, o papel que está sendo feito pelo Conselho de Ética é que irá ou não implicar na cassação do mandato do senador Demóstenes. Com base no teor do parecer que será apresentado pelo senador Humberto Costa os demais membros do Conselho realizam votação para saber se os argumentos serão ou não acatados.
Mesmo assim, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada há uma semana, seguirá com as investigações que não só envolve o nome do senador como também o de Carlinhos Cachoeira, além dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); e mais seis deputados.
Caso Cachoeira – A prisão de Carlinhos Cachoeira se deu oito anos depois em que foi divulgado um vídeo mostrando Waldomiro Diniz, que na época era o assessor do ministro da Casa Civil, José Dirceu, pedindo propina ao empresário. Com isso, o escândalo implicou na abertura da CPI dos Bingos que acabou revelando o suposto esquema de pagamentos a parlamentares que ficou conhecido internacionalmente como o “esquema do mensalão”.
Durante as investigações realizadas pela Polícia Federal foram feitas escuta telefônicas apontando contato entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres, que era filiado ao DEM. Demóstenes teria pedido ainda que o empresário lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo, além disso o então democrata deixou vazar informações sobre reuniões reservadas com representantes dos governos Federal, estaduais e municipais.
Fonte: por Jamille Coelho, da Folha de Pernambuco.