Foto: Roberto Stuckert Filho

Com receio de a Reforma da Previdência trazer prejuízos irreversíveis aos trabalhadores brasileiros e alargar ainda mais o fosso entre ricos e pobres no país, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), detonou, nesta terça-feira (9), a proposta do governo Bolsonaro, que está na pauta do plenário da Câmara dos Deputados. 

Para Humberto, o Palácio do Planalto ainda não tem os votos suficientes para garantir a aprovação do texto e está mergulhado na política do “toma lá, dá cá”, com a liberação de bilhões em emendas e cargos para conseguir levar a proposição ao Senado. 

O parlamentar entende ser inconcebível se aprovar uma Reforma da Previdência sem antes combater as fraudes e que reduza à metade as aposentadorias enquanto se perdoa dívidas bilionárias de empresários com o INSS.

Ele afirmou que essa reforma não serve ao Brasil nem aos brasileiros, pois foi feita sob medida para o mercado, com quem o presidente tem faturas a pagar, e atende aos interesses do ministro da Economia, Paulo Guedes, um entusiasta do falido modelo chileno adotado pela sanguinária ditadura de Augusto Pinochet.

“Em diversos casos, o valor dos benefícios pagos pelo INSS ficará abaixo de um salário mínimo, que, por si só, já não é suficiente para custear uma existência digna. Então, isso não é combater privilégios. É sentenciar à morte milhões de cidadãos, especialmente os que estão na fase mais vulnerável da vida, que é a velhice”, resumiu. 

Para Humberto, a reforma do governo Bolsonaro é pior que a de Temer e é o texto da exclusão, do massacre social, é a reforma que vai alargar o fosso entre ricos e pobres, lançando milhões de trabalhadores a um futuro de miséria. Não podemos retirar direitos dos mais pobres em benefício do mercado financeiro. O próprio partido do governo está dividido, com muitos deputados ameaçando votar contra”, ressaltou. 

Para Humberto, o governo mentiu o tempo inteiro sobre a reforma, inclusive usando milhões em dinheiro público com publicidade falsa, investidos para comprar, a peso de ouro, apresentadores de TV a fim de iludir a população. 

Ele observou que, ao contrário do que dizem, a proposta não salvará o país da imensa crise social, não fará face aos mais de 13 milhões de desempregados, não tirará o país das bordas da depressão econômica e não resolverá a questão da pobreza, que só tem alargado nos últimos tempos.

“O PT reconhece a necessidade dos ajustes no sistema de aposentadorias e pensões. Fizemos isso com Lula e Dilma. Mas jamais mexemos nessa estrutura para prejudicar quem mais precisa. Ao contrário, todas as intervenções que realizamos tiveram início com o combate às fraudes, a otimização do sistema e, acima de tudo, a observância ao princípio da equidade entre os beneficiários”, lembrou. 

O parlamentar deixou claro que nos governos do PT cada um participava do esforço proporcionalmente: quem ganhava mais, arcava com mais e quem ganhava menos, arcava com menos. Ele citou como exemplo o caso de uma pessoa que se aposentaria hoje por idade. Com 20 anos de contribuição, faria jus a R$ 2 mil. Mas, pela combinação das novas regras, receberia somente R$ 1 mil.

PRONUCIAMENTO